21.7.11

Schedule - Como é a semana?

Recebi um e-mail perguntando sobre como é uma típica semana da au pair.
Vamos explorar o assunto?

Pelas regras, uma au pair deve trabalhar até 45 horas semanais e não ultrapassar 10 horas diárias.
Além disso, a au pair tem direito a pelo menos 1 dia e meio de folga por semana e no mínimo 1 fim de semana off por mês.

O que  isso significa na prática? Como os horários são definidos? Quais são as atividades principais? O que acontece na semana da au pair?

As "interrogações" acima vão depender muito do perfil da família e da idade e quantidade de crianças que cuidará.
A rotina de uma au pair que cuida de bebês é bem diferente da rotina da au pair que cuida de crianças em idade escolar, por exemplo.


Em geral, quais são as atividades de uma au pair?

De forma bem simplista, a au pair será responsável por tudo que envolva a criança. Exemplo: levá-las para a escola, preparar o lanche do recreio, ajudá-las com o homework, levá-la para cursos, planejar playdates, brincar, ir até a biblioteca, parques, preparar refeições rápidas / snacks, dar banho, organizar o quarto e brinquedos, lavar as roupas, ir ao supermercado quando algum item que a criança consome está faltando, etc.


Terei que limpar a casa?

A obrigação central da au pair são as crianças. Sendo assim, é de sua responsabilidade cuidar da organização e limpeza de tudo o que envolva somente as crianças, como por exemplo lavar as roupas delas, organizar a mesa depois delas comerem e manter o quarto e brinquedos em ordem.

A au pair não é a cleaner da casa. É super comum que as famílias americanas tenham uma diarista que visita a casa semanalmente ou quinzenalmente.

No entanto, é importante ter em mente que há algumas "regras de convivência" ao dividir uma casa com mais pessoas. Limpe e organize tudo o que você fizer dentro da casa. Nada de fazer brigadeiro de panela e deixar tudo espalhado na cozinha ou tomar banho e não secar o chão.





Não é obrigação da au pair ser a cleaner da casa. Se você perceber que alguns pedidos fogem demais do seu escopo de atividades e que isso vem se tornado rotina, chame-os para uma conversa com o propósito de definirem juntos o que é de fato é sua atividade.

Não se sinta intimidada em fazer isso, pois as famílias sabem muito bem qual é a sua obrigação dentro programa, pois ao se cadastrarem na agência, tudo isso é passado de forma bastante clara.
Caso a conversa não tenha resultado, bata um papo com a sua coordenadora local.


Terei que cozinhar?

Novamente, você será responsável pela alimentação das crianças (e somente delas!).
Cozinhar nos EUA é beeeem diferente.Tudo muito simples, rápido e fácil. Tudo muito "pronto", eu diria.
O café da manhã se resume em um cereal com leite, suco, fatias de pão ou no máximo um ovo mexido.

Como snack, para depois da escola, um sanduíche com queijo, peito de peru ou cream cheese basta. Ou ainda o famoso sanduíche de geleia com pasta de amendoim.

Se acontecer dos pais saírem e você tiver que preparar o jantar, o "banquete" que preparará é bem simples e certamente irá ao microondas. (Eles adoram mac and cheese, um macarrãozinho super rápido que vai no microondas).






Mais uma vez, não é obrigação sua ser a cozinheira da casa.
Quer de vez em quando compartilhar com a familia um prato típico do seu país? Maravilha!

Agora muita atenção se eles colocarem o preparo de refeições para a família toda como uma das suas atividades diárias. Se isso acontecer, chame-os para conversar e definir suas atividades de acordo com as regras do programa.


Quem prepara o meu schedule?

"Schedule" é um termo que as au pairs ouvem bastante. Trata-se dos seus horários e atividades da semana.
Ao entrar em uma agência, a família também preenche um application com várias informações. Nesse cadastro consta o schedule que eles imaginam para a au pair, com todas atividades e horários. Tal schedule passa pela aprovação da agência.

Essa rotina vai variar muito de família para família, pois dependerá bastante do perfil deles e de quantas crianças possuem (bem como a faixa etária de cada uma).
É bem comum que as famílias compartilhem o seu schedule no momento da escolha da au pair, para que elas sintam como é o dia a dia na casa.

Dependendo da família, o schedule pode ser fixo ou mudar toda semana.
Há famílias que tem uma rotina bastante "flat", com horários e atividades bem definidas. Já outras mudam com mais frequência e passam um schedule novo a cada semana.






A au pair não deve trabalhar mais que 45 horas semanais ou ultrapassar 10 horas diárias. Isso é regra do programa!

** Em um próximo post escreverei sobre os perfis mais comuns de famílias americanas e como pode ser a rotina da au pair em cada perfil, incluindo as vantagens e desvantagens de cada um.


Pode acontecer de trabalhar mais do que essas 45 horas?


Já conheci meninas que trabalhavam mais do que as 45 horas e recebiam a diferença em dinheiro. Ou seja, ao invés da família contratar uma nanny, eles contratavam a própria au pair. O "salário" era algo em torno de US$10,00 a US$15,00 a hora. Pode acontecer também de uma semana ser mais puxada e eles perguntarem se você aceita  reverter em horas de folga em outra ocasião.

No entanto, você não é obrigada a aceitar a trabalhar mais horas e receber por isso. Trata-se de um acordo entre você e a família,  até porque foge da regra do programa e em tese a coordenadora local não pode saber.

Alerta vermelho se você notar que a família está descumprindo o schedule e fazendo você trabalhar constantemente bem mais do que o combinado e sem nenhum acordo prévio. Chame-os para uma conversa para que definam o seu horário. Se não funcionar, peça auxílio para a sua coordenadora local.


Quando é que vou descansar?

A au pair tem direito a no mínimo 1 dia e meio de folga por semana.
Isso significa que você poderá trabalhar no sábado de manhã e ter o restante do dia + domingo livres.

É importante que saiba que esse "meio dia" não pode ser quebrado. Por exemplo, duas horinhas às 10h00 da manhã e o restante das horas às 18h30.  Você deve trabalhar tudo num período só. Durante a semana isso pode acontecer no seu schedule, agora nesse meio dia de folga, não pode acontecer. Isso foi algo que uma das minhas coordenadoras me alertou.

Vale destacar que esse 1 dia e meio de folga não precisa ser necessariamente no sábado e domingo, mas geralmente é o que acontece. No entanto já conheci meninas que folgavam durante a semana (o que deve ser bem chato).

Além disso, a au pair também tem direito a no mínimo 1 fim de semana inteiro de folga por mês.
Combinem com antecedência esse fim de semana, para que você possa se planejar e aproveitar bastante!

O que fazer com as crianças nas horas vagas?

As kids já fizeram todos os cursos, atividades e homework?
Não dê espaço para o tédio. Vá para os parques, façam uma caminhada pela vizinhança, visitem a biblioteca, marquem um playdate, joguem um jogo, etc.
As crianças mais novas adoram art&crafts. Uma simples "googlada"  te dará várias ideias de como aproveitar o tempo de forma gostosa e criativa.






Para mostrar um pouquinho como é um schedule na prática, vou contar a rotina que tive nas 3 famílias que passei.

Família A


Típica família americana. Pai, mãe, crianças pequenas, um labrador e cerquinha branca.
Cuidava de 3 crianças: 1 recém-nascido,  1 menina de 4 anos e 1 menino de 2 anos.
A mãe não trabalhava e ficava em casa cuidando das crianças. Queriam uma au pair para ajudá-la enquanto dava mais atenção para a recém-nascida.
Nessa família meu schedule mudava toda semana. Domingo à noite sempre recebia a relação dos horários da semana seguinte.

Geralmente meu dia começava às 10h00. Dava café da manhã, os trocava, brincava um pouco, organizava o quarto, íamos para o parque, para  a pisicina, etc. Por volta das 12h00 preparava um lanche (pão+queijo) e leite. Depois do almoço ele tinham uma nap. Durante essa nap eu parava por cerca de 3 horas e a mãe ocupava o meu lugar.
Depois dessa pausa, eu voltava e continuávamos a brincas, dava banho e inventava algum jogo ou atividade.
E assim ía até o ínicio da noite.

Alguns dias eu ía direto e parava às 17h00. Outros eu tinha uma pausa no meio do dia e ía até umas 19h30, 20h00.

Eu sempre cumpria as 45 horas semanais nessa família, e quando excedia o horário, compensavam em dinheiro por hora trabalhada. Fiquei apenas 3 meses nessa família.


Família B

Família completamente diferente. Ambos pais trabalhavam e cuidava apenas de um menino de 8 anos.
Era uma rotina absurdamente light. Trabalhava cerca de 25-30 horas por semana e tinha todos os fins de semana livre.

A primeira parte do meu dia a começava às 7h00 da manhã e ía até às 8h00. Nesse meio tempo eu acordava a criança e preparava o café da manhã para ele (cereal ou ovos mexidos). Preparava a lancheira dele e o acompanhava até o ponto do ônibus escolar.

Depois disso eu voltava apenas às 15h15. Ía até o ponto de ônibus buscá-lo, ele comia algum snack (sanduíche), fazíamos o homework e depois jogávamos algum jogo ou brincávamos com alguns vizinhos.
Às 18h00 os pais chegavam e meu horário terminava.

Em um dia da semana ele saía às 12h30 da escola e levá-la ele direto para uma atividade escolar que durava a tarde toda. Durante a semana ajudava a família fazendo alguma compra no supermercado e colocando os pratos na dishwasher.


Família C

Outra família bem diferente. Era uma mãe solteira com apenas uma menina de 7 anos.
A mãe era freelancer e trabalhava em casa.
Fui au pair numa situação bem peculiar da vida deles. A mãe ía passar por uma cirurgia na coluna e por alguns meses não estaria capaz de realizar algumas atividades como dirigir - o que a impossibilitaria de levar a filha até a escola e realizar algumas outras atividades.

Como estava inserida nesse contexto, eu acabava ajudando mais a minha host do que a própria criança - que era uma menina super carismática e independente.
Meu dia começava às 7h00. Acordava a criança, fazia o café da manhã, preparava a lancheira e a levava para a escola, que ficava há uma meia hora dirigindo.

Quando retornava para a casa ajudava a minha host com alguma coisa, como por exemplo com compras do supermercado, andando com os cachorros ou colocando os pratos na dishwasher. Como ela estava se recuperando da cirurgia, passava muito tempo com ela e passeávamos bastante.

Por volta das 15h00 saia de casa para buscar a criança, dependendo do dia havia alguma atividade, como aula de piano ou esportes. Brincávamos um pouco, jantávamos algo pré-pronto e o dia acabava.

Aos sábados trabalhava pela manhã ou saíamos para conhecer a cidade. Era uma rotina mais agitada que a da família B, já que trabalhava as 45 horas, mas era bastante agradável, pois tanto a mãe como a menina eram super alegres e próximas.







Faça questão de ter um schedule bem definido

Sente e combine tudo o que faz parte das suas atividades com a família, bem como o horário de cada uma. Assim, ambas as partes conseguem se planejar.
Mudanças bruscas de schedule ou sem aviso prévio são toleráveis em situações ocasionais ou emergenciais. Se isso virar rotina, converse com eles. É importante que a família respeite os seus horários e a notifique com antecedência caso haja alguma mudança de plano.


Não se intimide!

A família está descumprindo alguma regra do programa? Está fazendo você trabalhar demais ou colocando no seu schedule atividades que não correspondem ao de uma au pair?

Não se intimide e chame-os para uma conversa! Ao entrarem no programa as famílias são devidamente orientadas sobre os deveres e obrigações de uma au pair, sendo assim você tem sim o direito de lembrá-los. Seja honesta e exponha o que deve ser corrigido e refaçam o schedule junto. Caso não funcione, peça auxílio para a sua coordenadora local. Ela saberá como conduzir a situação.


Importante: é sempre melhor conversar com a família ANTES de acionar a coordenadora local.
Diálogo é a chave de tudo.


Converse sobre o dia

Caso caía em uma família em que ambos os pais trabalhem, tire 5 minutinhos para contar a eles sobre o seu dia com as crianças (o que aconteceu, o que fizeram, etc.). As famílias super apreciam esse gesto e isso faz com que você se aproxime ainda mais deles, além de passar mais confiança e ser um bom gancho para trocarem feedback.


Se ainda está no Brasil, converse com  a ex au pair da família

Você ainda está no Brasil e a família já teve outras au pairs antes de você? Peça o contato delas para a família. É uma ótima oportunidade de conversar sobre a rotina com alguém que já passou por ela.
Às vezes a rotina que é colocada no papel é bem diferente da rotina real.

11.7.11

Como estudar nos EUA?



Uma das regras do Au pair é que a candidata complete 6 créditos  em alguma instituição de ensino americana.

Essa é uma parte bem bacana do programa, pois você poderá aperfeiçoar o inglês em alguma escola ou ainda fazer um curso de extensão voltado para a área que pretende seguir carreira.

É responsabilidade da família proporcionar uma bolsa auxílio no valor de 500 dólares. Entretanto, esses 500 dólares muitas vezes não são suficientes,  sendo assim, fica por sua conta qualquer despesa extra. A família também deve arcar os gastos de gasolina e estacionamento que terá para estudar.

No Welcome Package você encontrará uma lista de escolas da sua região recomendadas pela sua Coordenadora Local. A lista ajuda bastante, mas não se prenda apenas a ela, procure também por conta com a ajuda da internet e tente falar com au pairs que estão na aérea  a mais tempo, assim você  pode pegar opiniões sobre os cursos. Lembrando que, a coordenadora local também te auxiliará neste processo.






1) Se você fizer um curso que cubra os 6 créditos, e o valor do mesmo é inferior a aos 500, a host-family não tem obrigação de lhe proporcionar o restante do dinheiro, mesmo que você queira fazer um outro curso.

2) O curso não precisa ser necessariamente de inglês. Se você estiver mais confiante com o seu inglês poderá fazer cursos de extensão em universidades e estudar em uma sala com alunos americanos.

3) Vale destacar que no programa Au Pair você vai mais trabalhar do que estudar. Em geral os cursos que fazemos ocorrem 1 ou 2 vezes na semana por uns 3-4 meses. A rotina em muitas famílias é puxada e bastante corrida. Além disso, 6 créditos é pouco se formos pensar no período de um ano. No entanto, o grande aprendizado está no dia a dia, ao lidar com tantas situações diferentes.






Fiz três cursos ao todo:

O primeiro foi High Advanced English na Boston Academy of English, em Boston.
Em 2006 eles ofereciam um pacote especial para Au Pairs. Preparavam um curso com os 6 créditos pelo preço dos US$500,00.
Eu particularmente não gostei do curso. Mesmo fazendo a turma mais avançada, achei ele muito "fraquinho". Não sei como é hoje. Por isso é bom pegar a opinião de quem já está por lá.

O segundo curso foi o de Communication in Business na Harvard Extension School, em Cambridge.
Esse eu ADOREI. Foi super puxado e valeu bastante a pena. Super recomendo de vocês pegarem um curso de extensão na Harvard se estiverem em Massachusetts. Além de serem bons, você volta com um bom "up" no CV.
Esse acabou saindo do meu bolso, pois a família já havia fornecido os US$500,00 para o curso anterior.
Para fazer o curso você precisa fazer um teste de inglês antes.

O terceiro curso foi o de New Media Marketing na UCLA (University of California, Los Angeles).
Foi um curso de extensão com americanos.
Também recomendo bastante os cursos de extensão nas universidades. Esse da UCLA foi muito bom e o campus é super gostoso.
Não foi necessário fazer teste de inglês.







Pesquise
Pesquise as escolas e universidades da sua área. Pegue a opinião da sua coordenadora local, host family e au pairs que estão há mais tempo na área. Dê um pulo até lá para que conheça de perto o local, sinta o ambiente  e conheça os cursos oferecidos.


Certificação
Ao término do curso, não esqueça de pegar sua certificação. Para tal, a maioria das universidades disponibilizam o “Transcrip Request” que fica no website da universidade na área do aluno.
Voce pode mandar o pedido online, ou via correio.  Em algumas universidades, não há custo extra, mas em algumas há. (Na UCLA houve uma taxa de 8 dólares, por exemplo)


Auditing classes
Se você quer apenas assistir as aulas, não receber “nota” e pagar menos, uma das opções é “audit class”.  Voce receberá um certificado de presença, mas o mesmo não será creditado – ou seja, você não terá notas.
A diferença de preços é bem notável. Então, dependo do curso, é algo a se considerar.
Pergunte sobre isso quando for visitar alguma universidade.


Aulas de Inglês
Não se esqueça que você pode aperfeiçoar o seu inglês fora da escola também - e de graça! Cheque a programação das bibliotecas locais, community colleges, livrarias e até igrejas. Muitas delas possuem aulas e encontros voltados à estudantes da língua inglesa. Vale a pena conferir!


7.7.11

Fluente?



Quando vou ficar fluente?

Essa era uma das minhas grandes perguntas antes de embarcar...

Minha experiência me mostrou  3 mitos sobre o assunto:




Mito 1 – Fluente em “XX” meses
Antes de viajar eu sempre pensava em quantos meses eu estaria fluente. Na minha concepção da época, isto não levaria mais que três meses ou ainda menos. A realidade é outra entretanto: não há formula mágica. Não há numero exato. Tudo depende exclusivamente de você: da sua força de vontade, do seu empenho e da sua cara-de-pau, pois quando o assunto é aprender um novo idioma, vergonha é uma palavra que deve ser extinta do seu vocabulário. ;-)

Mito 2 – Fluente num passe de mágica
Sempre pensei que só pelo fato de estar no país, eu me tornaria  fluente sem esforço algum. Bem, talvez tivesse sido assim se eu ainda fosse criança, pois é um absurdo o número de informações novas que o cérebro delas é capaz de assimilar, são verdadeiras esponjas – o que não era meu caso e o de muitas Au Pairs.  Após uma certa idade, o aprendizado de uma língua estrangeira acaba exigindo dedicação e muita prática. Não basta  tão somente estar no país, prova disso é que você certamente encontrará pessoas que estão há 10, 15 anos vivendo nos Estados Unidos e ainda assim não falam inglês.

Mito 3 – Não preciso estudar
O exemplo que citei acima é bem típico. Há casos de pessoas que estão há anos no país e não sabem o idioma. Ou seja, este não era o principal objetivo destas pessoas, que, provavelmente vivem em comunidades de seu país de origem, só falam sua língua nativa e não procuram aprender o idioma, mesmo podendo estar rodeado por ele. Para assimilar uma nova língua você precisa estudar (para ter base), estar onde o idioma está (para se familiarizar e reconhecer o que foi estudado) e praticar (para vivenciar tudo o que foi apreendido). São três passo que andam juntos.






Cada caso é um caso, mas só senti uma diferença substancial no meu inglês depois de uns 6 meses, e uma drástica mudança após o primeiro ano, sobretudo porque minha terceira host-family era bastante falante e eu passava MUITO tempo com eles.

Mas como disse, não é regra! Isso varia muito de pessoa para pessoa e há vários fatores determinantes, tais como o nível de inglês que a pessoa chegou no país, sua dedicação ao idioma, quanto tempo estava exposta ao inglês, etc.









Talk! Talk! Talk!

Uma das coisas mais legais do Au Pair é que você conhecerá pessoas de todas as partes do mundo,o que ajudará imensamente seu inglês. Ter amigos brasileiros é ótimo, fiz amizades que carregarei por toda a vida, mas não esqueça de também praticar inglês com eles, pois este é o objetivo de sua viagem. É claro que não seremos radicais ao ponto de dizer que você não deve falar Português, mas sempre que puder praticar o idioma, faça-o!

Se “falar” é a palavra chave, comece conversando com sua host-family e peça para que eles a corrijam quando você cometer algum erro - seja ele de pronúncia ou gramática. Converse sobre o dia, coisas atuais, as crianças, etc. Não importa, fale algo e interaja! Se você cuidar de alguma criança em idade escolar, melhor ainda, é possível que eles façam esta tarefa mesmo que você não peça.

Fale com seus vizinhos! Ao contrário do que pensam, os americanos são amigáveis sim (ao menos os que conheci). Puxe assunto com as pessoas, não seja tímida e não tenha medo de errar. É errando que se aprende!


Don’t be shy!

Lembro que tive uma amiga que me contou que ao chegar no país não ía ao Dunkin Donut’s ou Starbucks pois tinha um certo receio de não saber explicar o pedido. Não há motivo algum para ficar envergonhada, temos que enfrentar todas as situações, ainda mais quando a situação envolve um frapuccino (nham! rs).
Além disso, essa mesma amiga minha me disse que bastou entrar uma vez no local para perceber que não se tratava de nenhum bicho de 7 cabeças, e que ela entendeu tudo e fez o pedido dela sem o menor problema. Era apenas um receio.

Então, sem mais delongas, vamos deixar algo bem claro: não há motivo algum para ficar tímida ou se sentir insegura. Somos nós que criamos esses bloqueios.
Vale considerar que os países de primeiro mundo possuem inúmeros turistas e imigrantes, então as pessoas em geral estão MASTER habituadas em como lidar com alguém que não domina totalmente o idioma.

Portanto, vá em todos os locais que quiser e se expresse. Se não souber como se expressar, te ajudarão e você enfrentará a situação numa boa. e o melhor, você APRENDERÁ! :-D


Aproveite o que está a sua disposição


Você pode encontrar cursos gratuitos de English as a Second Language  nos Estados Unidos. Tais cursos  muitas vezes são ministrados em High Schools, Community Colleges, Bibliotecas ou Igrejas. Pesquise na internet ou pergunte para sua LCC sobre os locais e explore a parte cultural da sua cidade. Esta é também uma ótima chance para fazer novas amizades.

As bibliotecas são locais maravilhosos! Totalmente diferentes das bibliotecas daqui. Lá elas são movimentadas, possui um acervo de livros, Cds, DVDs e K7 sempre atualizado, internet e vários programas para a comunidade.

Uma das minhas coisas favoritas era pegar DVDs na biblioteca, eu pegava cerca de 5 por semana e assistia a todos em casa. Isso me ajudou bastante no inglês. A parte de ESL é vastíssima, e há sempre grupos de discussões em determinados dias para aqueles que estão aprendendo o idioma.

Você também pode fazer uso dos computadores e da internet, e toda biblioteca possui rede wireless – ou seja, se sua internet parar de funcionar em casa, é só levar seu notebook para a biblioteca.
Para fazer a carteirinha nas bibliotecas, é necessário um comprovante de residência. Neste caso, você pode usar alguma das “cartinhas” do Au Pair, como por exemplo o papel que indica as informações do seu Placement, que constam as informações da sua host-family, endereço e etc.

Se você já possuir outro documento, como cartas do banco ou Driver’s License melhor ainda.
Outra coisa legal são as livrarias, pois elas sempre possuem palestras e encontros. As livrarias mais famosas são Borders e Barnes & Nobles. Vá até o site delas e verifique a agenda, pois há sempre algo acontecendo nelas.

Procure por revistas/jornais locais que são distribuídos gratuitamente. Eles possuem agendas completas sobre eventos que estão acontecendo na cidade, como shows, apresentações, palestras e cursos. Em Boston, por exemplo, o mais famoso era o “The Improper Bostonian”.

As host-families, muitas vezes, são membros de museus locais. Verifique com sua família e aproveite o membership que eles possuem.


Num próximo post vamos reunir algumas dicas para você turbinar o seu inglês aí de casa mesmo...

6.7.11

Crazy Gmail

Meninas,

Minha conta do Gmail está um pouquinho "crazy".
Caso alguém não tenha recebido uma resposta minha, falem novamente comigo, pois várias mensagens estão voltando.

:-)

3.7.11

Dirigindo nos EUA

A estrada é uma grande companheira das Au Pairs.
BOA parte das coisas feitas por alguém nos EUA é feita com a ajuda de um carro, já que normalmente os lugares são um pouco distantes - sobretudo se for viver em alguma cidade do subúrbio.
A boa notícia é que, é relativamente mais fácil dirigir por lá.

A carteira de motorista é pré-requisito no programa, pois normalmente a au pair precisará levar as crianças à escola, cursos, fazer compras para a casa, etc. Ter que usar o carro não é regra. Conheci meninas que cuidavam de bebês e não precisavam dirigir enquanto trabalhavam. No entanto, mesmo que não dirija para as crianças, terá que dirigir para si mesma nos horários livres - a não ser que vá morar muito próximo ao metrô, por exemplo.

Como é dirigir nos EUA?
As ruas e estradas são bem sinalizadas e os motoristas tendem a respeitar mais o trânsito e os pedestres.
Há highways (estradas) para tudo quanto é lado.
Em geral as ruas são planas e possuem uma sequência lógica, então é fácil de se achar. (exclua o adjetivo "planas" se estivermos falando de São Francisco, rs).
Nas grandes cidades o trânsito pode ser intenso, mas nada comparado ao Brasil.
GPS é um item bem comum e ajuda MUITO.

Como são os carros?
A grande maioria dos carros lá são automáticos.
Carros automáticos são extremamente fáceis de se dirigir. Você apenas acelera e breca. Parece até vídeo game! É bom ir preparada para dirigir carros manuais também, pois pode ser que a sua família possua um. (uma das minhas famílias tinha um carro automático e um carro manual).
Você perceberá que os carros lá são bem grandes e espaçosos. Tudo bem exagerado, como de costume. :)

A au pair tem um carro só para ela?
Isso vai depender da família e não é regra.
Algumas au pairs possuem um carro para o trabalho e uso pessoal e outras dividem o carro com a família.
Em geral as famílias possuem mais de um carro. Combine com eles direitinho como será o uso, pois dependendo de onde for morar, o carro será as suas pernas. ;)

Preciso de uma carteira de motorista americana?
Para embarcar, você precisa da sua carteira de motorista e carteira de motorista internacional. Você deve levar ambas ao dirigir até adquirir a carteira de motorista do seu estado (sim, há uma carteira de motorista para CADA estado).
Alguns guardas de trânsito podem não aceitar a carteira de motorista internacional, por isso é bom você se programar para fazer a sua! Na minha época custava uns US$80,00 e a família custeia esse gasto.
Assim que tiver o seu Social Security Card (espécie de "CPF" americano), vá ao DMV da sua cidade para se informar e retirar a sua.

Como é o exame para obter a carteira de motorista nos EUA?
Como mencionado acima, cada estado possui uma carteira diferente, já que as leis mudam. Sendo assim, se você se mudar ou estender o programa para outro estado, terá que tirar uma nova carteira.
O exame consiste em uma prova teórica e uma prova prática.
A prova teórica muda bastante de estado para estado.
Exemplo: em Boston foi uma prova com 20 questões realizadas em um computador. Achei as questões bem simples.
Já em Los Angeles foi uma prova de 40 questões BEM mais difíceis, sendo que só podíamos errar 6 questões no máximo. Haviam questões bem técnicas, como por exemplo,  "Quantos inches o airbag deve ter para..." ou "Quanto custa a multa se você matar um animal na estrada" .. e por aí vai.
No dia que fiz essa prova até americanos não passaram. Acreditem, fiz a prova TRÊS vezes e na última passei. rs
Já o exame prático é bem simples. Você faz um percurso com o seu próprio carro em uns dois ou três quarteirões. Não há balisas, subidas e nem nada.

Como são as leis?
As leis lá são bem mais rígidas do que aqui.
Portanto, nem pense em dirigir após consumir bebidas alcoólicas ou super exceder o limite de velocidade.
Outra coisa importante: respeito máximo ao pedestre.
É multa na certa se um guarda ver que você não parou para um pedestre na faixa.

Posto de gasolina
Quem abastece o carro nos EUA é o próprio motorista.
É bem simples, mas você pode pedir para que um dos seus hosts a leve para mostrar a cidade e também como se abastece o carro.
A gasolina utilizada durante as horas de trabalho é de responsabilidade da família. Já a gasolina utilizada nas suas horas livres é por sua conta. (No entanto, há famílias que dão uma ajuda e outras que cobrem todo o custo de gasolina. Não é regra, tudo depende do que foi acordado entre ambas as partes).






Você tirou a sua carta de motorista há pouco tempo no Brasil? Então treine, treine e treine.
Tente dirigir o máximo possível para que se sinta confortável e confiante nas ruas. Somente o treino te dará essa segurança.
É muito importante estar segura e ser bastante atenta no volante, pois este é um fator que as host families dão atenção. Alguns casos de rematch (troca de au pair/host family) acontecem justamente pelo motivo da direção.






Como embarquei com 18 anos, tirei minha carteira de motorista pouco antes de viajar. Não tive muito tempo de praticar, mas me sentia segura para conduzir um automóvel.
Minha primeira família foi em Rhode Island. Lá era um local em que você tinha que dirigir para fazer absolutamente tudo. Era um carro grande (4x4), automático e com GPS. A primeira vez que peguei a estrada sozinha deu um friozinho na barriga, mas logo vi como é simples e gostoso. Não cheguei a tirar a carta do estado de RI.

Quando me mudei para a área de Boston a vida "motorística" mudou um pouco.  Dirigia bem menos pois minha host-kit ía de school bus e eu morava super perto do metrô. Tirei a carteira do estado e achei o teste simples. A família possuía um carro automático e um manual. Eu usava só o automático pois achava mais simples e havia me habituado melhor a ele.

Já em Los Angeles eu dirigi BASTANTE, mesmo morando numa área super urbana. A host kid estudava há uns 30 minutos do lugar e fazia vários cursos e locais diferentes. O trânsito da cidade era intenso, mas organizado. Não tive GPS nessa família, mas as ruas eram tão lógicas que um Google Maps resolvia tudo.
Tirei a carteira de motorista do estado e o teste teórico foi bem mais difícil que o de Boston.
Essa família tinha somente um carro, então tínhamos que nos organizar para dividir o uso.






- Treine, treine e treine a sua direção no Brasil;

- Não deixe de tirar a sua carteira de motorista americana, pois além de ser a oficial, você poderá usá-la de ID, evitando que tenha que levar o passaporte para todos os lados;

- Leia o livrinho da prova teórica com bastante carinho. rs A prova de alguns estados pode ser chatinha;

- Peça para que os seus hosts andem com você pela cidade e apresente os locais que terá que ir com frequência. Eles te darão dicas, mostrarão como o carro funciona (muito até dão umas tips de mecância) e a incluirão no seguro do automóvel;

- Combine DIREITINHO como será feito o uso carro: quando pode utilizar, se o carro tem curfew (horário estabelecido para que o carro esteja em casa), se você pode usá-lo para viajar (por exemplo: algumas host-families não autorizam que o carro saía do estado por questões do seguro  ou ainda estabelecem uma "distância" máxima que pode ir com o carro) , converse sobre a questão da gasolina, etc.

- Não se esqueça que as leis de trânsito são bem rigosas e FUNCIONAM;

- Se for morar em algum lugar que tenha neve, peça para que um dos seus hosts te acompanhe em um dia de neve para pegar dicas. A pista fica BASTANTE escorregadia e é preciso muita cautela. Use também óculos de sol, pois às vezes o reflexo da neve é super brilhante e irrita os olhos;

- Se você não tiver GPS confie no Google Maps - ele também faz um bom trabalho! rs


- Não se sinta intimidada em pedir (e combinar) o uso do carro para o seu uso pessoal. Em muitas regiões você só consegue chegar nos locais com um carro, e os americanos estão bastante acostumados com isso e sabem dessa necessidade. Sendo assim, use MESMO o carro pois você precisará!

- Lembre-se que a gasolina utilizada durante as horas de trabalho é responsabilidade da família. Se em alguma situação precisar abastecer do seu dinheiro, pegue o comprovante do posto e peça reembolso da família. Não fique envergonhada de pedir esse reembolso, pois ele é super normal e as famílias estão acostumadas;

- Definam em conjunto como serão os gastos de gasolina para uso pessoal. Em geral ele é de responsabilidade da própria au pair (já que é para lazer), mas algumas famílias dão uma ajuda de custo, já que o salário não é muito alto e a gasolina é cara. Isso não é regra e tenha bom senso caso cubram o valor integral da gasolina (não vá atravessar o país de carro e jogar os custos de gasolina para a family, rs);

- Muitos carros são equipados com "car seats" (cadeirinhas que acomodam os bebês e crianças pequenas). Certifique-se se você pode retirá-los quando for utilizar o carro para o seu lazer e aprenda direitinho como eles são instalados, para que eles estejam 100% seguros;

- A grande maioria das famílias possui mais de um carro. Fique atenta se escolher uma família que tenha apenas um carro e não more perto de nenhum transporte público mais eficiente (como o  metrô), pois a divisão de um carro se torna bastante complicada. (abordaremos o assunto em outro post!)


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Carro - Saiba como a divisão do carro acontece na família

200 horas de experiência

Você já tem as suas 200 horas de experiência comprovada?
Esse é um dos pré-requisitos do programa Au Pair.

Todo tipo de experiência com criança é válida para seu banco de horas, mas 200 horas (no mínimo)  devem ser comprovadas por alguma instituição, tal como escolas, berçários, hospitais, igreja, eventos, cursos, trabalhos voluntários ou por babysitting para alguém que NÃO faça parte de sua família.

Não perca tempo e vá pouco a pouco conseguindo suas horas. Quanto mais horas, melhor! Se você não conhece nenhum lugar em  que possa obter essa experiência, peça um auxílio para sua agência, pois eles normalmente possuem endereços de lugares que precisam de voluntários. Além disso, o velho e bom Google também pode te ajudar a achar creches, escolas e orfanatos próximos a sua casa. Pegue o endereço, vá até o local, se apresente, explique o programa e montem um cronograma de horas. De maneira geral eles são bem receptivos!






No Application perguntam se você possui alguma preferência em relação à idade das crianças que cuidará.
Se você quiser cuidar de crianças menores de 2 anos, deverá possuir 200 horas de experiência comprovada com crianças nessa faixa etária.






Como não tive irmãos menores ou sobrinhos, tive que recorrer a estágios e experiência profissional.
Na época trabalhei em alguns eventos que envolviam crianças maiores. Adicionei todos - até um em que fui ajudante de papai noel. rs
Fiz também estágio em uma escolinha de educação infantil. Esse é um bom lugar pois envolve crianças de todas idades (desde bebês até crianças em idade pré-escolar - o que é bom, pois já serve de experiência para o caso de ter interesse em cuidar de crianças menores de 2 anos de idade). 





Vale lembrar que a agência pode checar suas referências por telefone.
A pergunta que não quer calar: Há pessoas que forjam as referências? Sim, e não seria de se estranhar isso no país em que para tudo existe um “jeitinho”. Conheci garotas que nunca tinham cuidado de crianças e pediram para que amigas preenchessem suas referências.

No entanto, é importante lembrar que: o trabalho do Au Pair é mais intenso que um estágio em uma creche ou escolinha, uma vez que você viverá com as crianças. Se você não possuir um mínimo de noção de como lidar com elas, a relação pode ficar mais difícil.

“X’ ou "Y" horas numa escolinha não farão de você uma Super Nanny, mas te darão noções de como se relacionar com as crianças e te dar uma “pré-experiência” de situações que possam vir a ocorrer no seu dia  a dia.






- Peça para a sua agência indicação de locais que precisam de voluntários;

- Cursos de babysitter (com certificado) também são válidos como experiência. Há inclusive pequenos cursos de babá voltados para futuras au pairs (já vi alguns em São Paulo);

- Consiga o máximo de experiência possível, mas não pense que o número de horas que conseguir vai determinar o tipo de família que entrará em contato com você.  Há outros fatores importantes além da experiência, como personalidade, afinidade, etc. Se tiver mais experiência, legal! Se tiver as 200 horas, legal também. O importante é mostrar o quão responsável, comprometida e dedicada você é. 

- Ser uma au pair é algo mais intenso que fazer um estágio de poucas horas por dia em uma escolinha. Você gosta mesmo de crianças? É paciente? 

- Pesquise na internet sites com atividades para crianças. Eles dão ótimas ideias! Leia também reportagens sobre suas fases, comportamento, etc. 

- Lembre-se que a agência pode checar as experiências que listou.